terça-feira, 15 de maio de 2018


OS DESAFIOS E A IMPORTÂNCIA DO ENSINO À DISTÂNCIA - EAD - NO BRASIL

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No início do século atual, me lembro de ter participado de uma discussão sobre a necessidade de as universidades oferecerem o ensino à distância. Havia fortes resistências e, no meio acadêmico, elas sempre se manifestam na forma de discursos logicamente estruturados. Eu perguntava como e por que as universidades resistiriam a um dos efeitos mais espetaculares da revolução tecnológica em curso e da constituição da sociedade em rede em que vivemos. Atualmente, as resistências deram lugar ao reconhecimento dos desafios que estão postos e de sua importância no alcance às demandas instrucionais de muita gente.

A premissa básica era, e continua sendo, a de que o ensino virtual não substitui a presença de professores e alunos e os resultados profícuos dessa relação à formação dos indivíduos e ao capital humano pra toda a sociedade. Esse argumento sempre foi importante, porque uma boa relação entre professores e alunos é realmente insubstituível, o que sugere que essa relação não deve acabar, jamais. A esse respeito, é possível dizer duas coisas: a primeira é reconhecer a tendência de que as duas formas, virtual e presencial, deverão se aproximar e se tornar híbridas, ao invés de se tornarem alternativas em oposição.
Em segundo lugar, não se imagine que com tantos recursos tecnológicos à disposição, as formas de comunicação virtual possam se tornar um obstáculo à profícua relação entre alunos e professores. Ao contrário, elas serão aprimoradas. Por um lado, tudo aquilo que os alunos podem fazer por si, já o fazem e isso tem vantagens. Se ganha tempo, autodisciplina e sobram recursos de consulta pela internet. Por outro lado, as relações presenciais acontecerão de maneira cada vez mais objetiva e qualitativa. Serão mais atraentes aos alunos e menos cansativa aos professores, desencarregados de burocracia e de cargas horárias extenuantes.
Entre os grandes desafios do ensino à distância está o de aproximar a relação entre o professor e os alunos. Essa relação, intermediada pela tecnologia disponível, deve ser intensificada. Nesse processo, o feedback institucional às demandas do aluno é igualmente elementar. A evasão do ensino superior no Brasil é alta e, no ensino à distância, sua maior causa são justamente as lacunas de comunicação entre a IES e o aluno. Analistas do mercado educacional creem que, no EaD, elas serão ser preenchidas por pequenas e médias instituições que demonstrem bons indicadores de qualidade e se concentrem nessa relação.
Em 2001, quando as universidades brasileiras torciam o nariz ao EaD, este segmento representava 0,2% das matrículas de graduação. Dez anos depois, já eram de 15% e, atualmente, são 20%. Na próxima copa do mundo, o percentual de alunos do EaD deverá superar o número de matriculados presenciais no Brasil. Hoje, a grande importância do EaD no Brasil é também seu desafio maior, qual seja, levar a oferta de ensino superior a qualquer lugar deste país. Nesse quadro, somente com a oferta do EaD poderemos elevar os índices de ensino superior brasileiros ao patamar dos países desenvolvidos nas próximas duas décadas.

Dr. Walter Marcos Knaesel Birkner
Sócio-consultor e professor do INVICTO
Doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas - Unicamp


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