quarta-feira, 17 de julho de 2019


A TECNICIDADE DOS RABULAS E ÀS JUSTIFICATIVAS DO ESTADO DE EXCEÇÃO
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Iniciemos nosso percurso reflexivo com a precisão dos termos expresso pela língua portuguesa. “rá.bu.la” s.cdd.(o/a) – (...) 2.Pejorativo Advogado(a) charlatão(ona), reles, ordinário(a) e não raro ignorante: esse teu advogado não vai resolver nada, é um rábula! 3.Fig. Pessoa que fala demais, sem concatenar as ideias, quase sempre para enganar. 4 s.m.(o) 4. Papel teatral de pouca importância; ponta. 2 Do latim rabula. 1 rabulão (rà) s.m. (1. aum. reg. de rábula; grande rábula; 2. aquele que só diz rabularias; fanfarrão; gabarola); rabular (rà) v.i. [1. dizer ou fazer rabulices; (...) 2. fig. palavreado oco, sem nexo, próprio de quem quer enganar; palavrório; 3. fanfarronice; gabarolice (Fonte: Grande Dicionário Sacconi).

terça-feira, 25 de junho de 2019


Economia: mais próxima dos números que das pessoas?

 
Pesquisadora adverte: área foi migrada para ciências “exatas” para silenciar um debate crucial: distribuir riquezas é um processo político – e não individual. Crises, portanto, não são resolvidas só com dados, mas com a redução das desigualdades.

Por estar alicerçada em dados matemáticos e indicadores numéricos, a economia que vivemos na atualidade parece elementarmente ser derivada das ditas ciências exatas. Por trás dessa lógica está a de que a saída é sempre pelos números, de que é sempre possível conceber uma equação que demonstre a solução para os problemas. Esta, para a professora Esther Dweck, é uma visão estreita do campo e assumir isso é abrir espaço para um receituário neoliberal que busca curar as crises. “A economia é uma ciência social aplicada. Eu não tenho dúvidas quanto a isso”, dispara. “O objeto da teoria econômica é entender como a sociedade garante os meios materiais para sua sobrevivência e reprodução. Portanto, a economia aborda como as sociedades garantiram a produção e a distribuição desses meios materiais”, explica.

segunda-feira, 24 de junho de 2019

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU EM EDUCAÇÃO

                A educação é o bem mais precioso que uma sociedade possui. Estudar,  compreender e analisar as tendências e os desafios  educacionais é imprescindível no contexto de transformações sociais, políticas, econômicas e culturais em que estamos inseridos.



sábado, 22 de junho de 2019


HANNAH ARENDT E A GUERRA PELA VERDADE

 

Nazismo é de esquerda? Houve golpe em 1964? Revisionismo histórico é usado para sustentar governos autoritários. Filósofa explica: “falsas verdades” são perversas porque nos desorientam no mundo real. 
Podemos combatê-las?

Nos últimos anos, assistimos atônitos à proliferação de um sem número de narrativas cuja relação com os fatos não passa, para dizer o mínimo, de pura especulação. Por certo, não se trata de fenômeno inédito ou exclusivo do contexto atual, marcado pela quebra do monopólio da imprensa tradicional na difusão de notícias e na interpretação da realidade. Mas, parece óbvio que o aparecimento das novas tecnologias de informação, ao permitir que todos os que têm um teclado na mão e uma ideia na cabeça possam divulgar a sua versão dos acontecimentos, contribuiu para uma abundância de verdades sobre os fatos. Longe de mim afirmar que a ampliação do número e da diversidade de pontos de vista seja algo ruim em si.

terça-feira, 18 de junho de 2019


A NOVA POLÍTICA E A VELHA POLÍTICA,
OU DO ENVELHECIMENTO PRECOCE DA NOVA POLÍTICA

A nova política e a velha política ou do envelhecimento precoce da nova política 

Vivemos tempos sombrios, confusos. Há um mal-estar (Freud) que paira entre nós. Algo deu errado. Erramos novamente. As expectativas de país emergente se esboroaram. A atual condição é periclitante. Submergente. Frustração generalizada. É preciso encontrar o bode. Ele tem que expiar a culpa. A turba ensandecida na praça do mercado vaticina: “Sim, a culpa é das esquerdas”. D’outro lado gritam “é dos comunistas”. “É da balbúrdia das universidades públicas”. “Do excesso de pesquisas”. “A culpa é das ciências humanas”. Outros ainda acham que a culpa é do excesso de lombadas eletrônicas nas rodovias. Mas, há também aqueles que acham que a culpa é das cadeirinhas de segurança para transporte de crianças afixadas no banco de trás dos automóveis. Os mais afeitos as letras e aos números dirão que a culpa é da precariedade do ensino fundamental brasileiro... e, pois, segue... É um momento de catarse coletiva. Precisamos nos depurar. Livrarmo-nos dos demônios que impedem nosso desenvolvimento. E realmente eles não são poucos.

terça-feira, 23 de abril de 2019


BEM-VINDO À SOCIEDADE DA IGNORÂNCIA

 Bem-vindo à sociedade da ignorância

Iniciemos esta reflexão com o auxilio da língua portuguesa na definição do termo “ignorância” para nos afastarmos de seu uso cotidiano pejorativo e com a finalidade expressa de dirigir ofensa a outrem, ou a determinado grupo em relação à situação em específico. Outrossim, em  tempos de aligeiramento sectário do pensamento definições precisas se apresentam necessárias com o intuito de evitar interpretações equivocadas e conclusões grotescas.

quinta-feira, 11 de abril de 2019


SOBRE BURACOS NEGROS E A BANALIDADE 
DA VIDA TERRÁQUEA


“Quem sabe lá, onde o tempo como o conhecemos acaba e a realidade nos suga para dimensões desconhecidas, seja possível superar a sina triste das sociedades incapazes de enxergar a si mesmas”

“E no entanto… no entanto… negar a sucessão do tempo, 
negar o eu, negar o universo astronômico 
são desesperos aparentes e consolos secretos… 
O tempo é a substância de que sou feito. 
O tempo é um rio que me arrebata, mas eu sou o rio; 
é um tigre que me destroça, mas eu sou o tigre; 
é um fogo que me consome, mas eu sou o fogo. 
O mundo, desgraçadamente, é real; 
e eu, desgraçadamente, sou Borges.”
Jorge Luis Borges, “Uma refundação do tempo”,em Outras Inquisições

Num dia como o de hoje, como de ontem na verdade, a primeira imagem de um buraco negro foi divulgada. O feito é resultado do trabalho de uma série de cientistas que, para dizer de forma resumida e um tanto vulgar, triangularam imagens e informações capturadas por dezenas de satélites – foram feitos 420 cenários físicos diferentes – que integram o projeto Event Horizon Telescope – EHT. Para desespero cético dos terraplanistas, a publicação do estudo foi feita no The Astrophysical Journal Letter, um dos mais importantes periódicos da área.