DESCENTRALIZAÇÃO
E SUAS VANTAGENS EM RELAÇÃO A CENTRALIZAÇÃO ESTATAL.
Santa Catarina é um estado pioneiro
quando o assunto é descentralização e, com uma experiência satisfatória que se
iniciou no ano de 2003, o estado tem uma política voltada à expansão e delegação
administrativa das secretarias centrais diretamente para as secretarias de desenvolvimento
regional distribuídas por todo o estado estimulando a participação política e
administrativa da sociedade civil local e regional.
A experiência catarinense deve-se
principalmente a percepção do excesso de centralismo político e administrativo,
expresso no fato da capital Florianópolis encontrar-se geograficamente distante
da maioria dos municípios e, que uma política voltada a aproximação das regiões
mais longínquas fazia-se necessária para que a tomada de decisões de assuntos
importantes e inerentes a cada região estivesse cada vez mais próxima da
sociedade local regional.
Analisando a experiência do estado em
seu esforço de superar as barreiras geográficas e políticas do poder decisório,
que antes se encontrava nas mãos das secretarias setoriais, aquelas situadas na
própria Capital e, que tem a incumbência de administrar as mais diversas áreas,
tais como: saúde, educação, infraestrutura, agricultura, indústria e comércio. No
que concerne a uma avaliação preliminar em torno da atuação das secretarias setoriais
alocadas na capital do estado, observa-se que nítida
vantagem em aproximar as localidades mais longínquas, os municípios mais
distantes do governo central. Talvez não diretamente ligado à tomada de
decisões, más na diminuição da burocracia que as comunidades regionais
encontravam na busca da resolução de seus problemas e anseios particulares e
peculiares de cada região.
É notório e compreensível, que o poder
em relação a decisões estratégicas, ainda permaneça na cúpula de governo e das secretarias
setoriais, mas a regionalização do orçamento, que tem como ponto principal a
facilitação de se resolver assuntos regionais, diretamente com aqueles que
estão vivenciando a realidade de sua localidade. Assim, esse marco político e
decisório descentralizado, é um ponto chave na diferenciação da política de
governabilidade, em relação aos estados
onde o poder ainda permanece centralizado. Essa aproximação com a sociedade na
tomada de decisões, na indicação da alocação e da execução dos recursos do
orçamento público do estado, faz com que o indivíduo sinta-se inserido de forma
mais efetivas na política local, regional. Ou dito de outro modo, a experiência
da descentralização político-administrativa do Estado de Santa promove o
debate, a aproximação política entre agentes políticos locais, regionais com o
governo central na busca de soluções aos desafios do desenvolvimento regional.
Como
o Estado, é uma organização racional, administrativa, política e jurídica sobre
um território e sobre uma população expandir e descentralizar a tomada de
decisões, a divisão de recursos proporcional às necessidades de cada região,
pode se apresentar como uma inovação política e administrativa, pois aprofunda-se
o caráter de despersonalização, onde os municípios em seu isolamento perdem
força no trato diretamente com o poder central administrativo em torno de seus
anseios e necessidades. As realidades municipais passam a ser tratadas em
âmbito estratégico regional, representados regionalmente na busca da resolução
de seus problemas e de seus programas e implementações. Efetivamente se ganha
através da representação regional, onde as comunidades locais/regionais se sentem
ouvidas, vêem suas necessidades
atendidas, por estarem sendo representadas pelos administradores que tem o
poder de levar questões, problemas e soluções possíveis à alta cúpula de
governo, fazendo com que os problemas locais, sejam resolvidos com uma maior
eficiência.
Podemos dizer ainda que o
administrador local esteja mais motivado e estimulado a resolver tais
problemas, principalmente, por vivenciá-los no dia-a-dia. Sendo conhecedor das
necessidades de sua região, a eficácia da resolução desses problemas será
maior, fazendo com que a consolidação da descentralização seja realmente um
marco de desenvolvimento das regiões.
Fabiana Ricardo Budant
Acadêmica do Curso de Ciências Sociais
Bolsista do projeto de iniciação
científica “Aspectos teóricos e conceituais que fundamentam os discursos e as
práticas do desenvolvimento regional”.
Orientador:
Dr. Sandro Luiz Bazzanella
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