APÓS
DENUNCIAR TEMER, JANOT PEDE UNIÃO DO MP
Logo depois denunciar Michel Temer por
corrupção, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, escreveu uma carta
dirigida aos membros do Ministério Público Federal em que pede a união da
instituição; no documento, Janot classifica a Lava Jato como "o maior
escândalo de corrupção do planeta" e destaca que não há pessoas acima da
lei; “Num regime democrático (…) ninguém está acima da lei ou fora de seu
alcance, cuja transgressão requer o pleno funcionamento das instituições para
buscar as devidas responsabilidades”; em março, ao enviar ao Supremo os
pedidos de inquérito da delação da Odebrecht, Janot já havia divulgado uma
carta semelhante aos procuradores
247 - Momentos após denunciar Michel Temer por corrupção, Rodrigo
Janot enviou uma carta aos membros do Ministério Público Federal.
Após chamar a
Lava Jato de "maior investigação sobre corrupção do planeta", Janot
diz aos procuradores que não há pessoas acima da Lei no Brasil.
"Num
regime democrático, sob o pálio do Estado de Direito, ninguém está acima da lei
ou fora do seu alcance, cuja transgressão requer o pleno funcionamento das
instituições para buscar as devidas responsabilidades", escreve.
Janot diz
ainda que deixará a PGR (Procuradoria-Geral da República) em setembro tendo
"cumprido a tarefa" a que se propôs quando ingressei na
instituição.
Em março
ao enviar ao Supremo os pedidos de inquérito da delação da Odebrecht,
Janot havia enviado uma carta semelhante aos procuradores.
Confira abaixo a íntegra da
carta:
Prezados
Colegas,
As horas mais
graves exigem as decisões mais difíceis. Exigem reflexão, serenidade e firmeza.
Em razão das
responsabilidades inerentes ao exercício do meu ofício, coube a mim oferecer
hoje ao Supremo Tribunal Federal denúncia contra o presidente da República
Michel Temer, pelo crime de corrupção passiva, praticado no exercício do
mandato.
Num regime
democrático, sob o pálio do Estado de Direito, ninguém está acima da lei ou
fora do seu alcance, cuja transgressão requer o pleno funcionamento das
instituições para buscar as devidas responsabilidades.
O Ministério
Público, mesmo nos momentos mais difíceis e sob as piores ameaças, não deixa e
não deixará de cumprir a sua missão constitucional.
Em setembro
deste ano terei cumprido a tarefa a que me propus quando ingressei nesta
Instituição. Quis servir ao meu país, em estrita observância a nossa Carta
Constitucional, como membro do Ministério Público Federal e o fiz por mais de
três décadas. Depois, a generosidade de meus colegas permitiu-me, por dois
mandatos, continuar esse serviço na complexa posição de Procurador-Geral da
República.
Em 2013, não
imaginávamos que três anos depois estaríamos diante da maior investigação sobre
corrupção do planeta, uma apuração que catalisou paixões, mobilizou a sociedade
civil e congregou dezenas de membros e servidores do Ministério Público e de
outras instituições em torno de um propósito comum: a probidade, a
transparência e a responsabilidade no trato da coisa pública.
Por outro
lado, o caso Lava Jato, iniciado em Curitiba e Brasília e que agora se espalha
dentro e fora do Brasil, também provocou incompreensões e reuniu poucas forças
contrárias ao papel do Ministério Público no cumprimento de seu mandato
constitucional de enfrentamento à corrupção. Posturas reacionárias somaram-se a
visões patrimonialistas. Uma atmosfera ácida formou-se. Nossa jornada nunca foi
fácil, mas o caminho do Ministério Público nunca o foi.
Continuemos
combatendo o bom combate. Nesta hora, é preciso união institucional. Sigamos
fortes na defesa do Ministério Público, caminhando todos juntos.
Forte abraço.
Rodrigo Janot
Monteiro de Barros
Procurador-Geral
da República
Nenhum comentário:
Postar um comentário