CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA
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Definitivamente o
mundo está integrado em tempo real e virtual diuturnamente. As barreiras do
tempo e do espaço foram vencidas pelo avanço científico e tecnológico. Navios e
submarinos com propulsão atômica singram os mares em questões de dias,
carregando milhares de toneladas de produtos e equipamentos de um lado para o
outro do mundo. Navios de cruzeiros marítimos em rotas ao entorno do mundo,
podem levar numa viagem 5, 6, 7 mil ou mais turistas, consumidores, que
adentram em contato com as mais diversas culturas.
As redes de satélites
de comunicação, de investigação científica, ou até mesmo de espionagem
industrial, ou militar apontados para os diversos cantos da terra nos inserem
num mundo controlado, vigiado, mas ao mesmo tempo democrático em relação ao acesso
de parte das informações captadas, geradas cotidianamente por todo este aparato
comunicacional. Mas, acrescente-se à todos estes avanços a Internet. A
invenção, o desenvolvimento e a popularização da Internet talvez possam ser
apontados como o marco do final do século XX e, sobretudo destas primeiras
décadas do século XXI.
O mundo, a
sociedades, os indivíduos operam por redes comunicacionais operacionalizadas
pela rede mundial de computadores. Estamos numa sociedade em rede (Manuel
Castells). Seguramente a internet contribui para a alteração das nossas noções
de espaço e tempo na medida em que nos coloca quase que instantaneamente em
contato com as mais diferentes realidades. Um número quase que inimaginável de
sites, de páginas, de blogs estão presentes na Internet.
Através de sites de
procura consegue-se encontrar praticamente qualquer informação, em relação a
qualquer especificidade que se pretenda ter acesso. Um universo de
possibilidades de conhecimento a disposição de um usuário de internet operando
seu computador pessoal. Em meio a toda esta imensidão de ofertas de informação
e conhecimento, há a possibilidade de acesso há conhecimentos que
merecematenção por apresentar conteúdos inapropriados, com tendência xenófoba,
homicida, entre outras ações assemelhadas. Nossa visão de mundo foi
definitivamente alterada com o acesso irrestrito e ilimitado à Internet. Mitos
foram dessacralizados.
Talvez poucas são as
informações "secretas". Mesmo que as informações "secretas"
correm risco eminente de se tornarem públicas, seja pela ação de hackers, seja
pelo vazamento de informações advindos de dentro de corporações e órgãos de
controle, vigilância, espionagem. Porém, em sentido diametralmente oposto
boatos, informações distorcidas, apelativas varrem a rede mundial de
computadores em instantes.
Ações solidárias em
relação a certos acontecimentos, catástrofes localizadas são mobilizadas pelos
mais diferentes grupos e povos, bem como ações violentas, atentados terroristas
e, outras formas de violências são desencadeadas através de códigos, de vídeos,
ou textos que correm na Internet. Indivíduos propõe e divulgam campanhas as
mais diversas pelas redes sociais, que em questão de segundos atingem milhões
de usuários destas redes nos mais diversos confins do planeta. Parafraseando o
filósofo esloveno Slavoj Zizek a partir de sua obra intitulada: "Bem
Vindos ao Deserto do Real", podemos dizer:. "Bem Vindos ao Deserto
Real/Virtual. Entre outros efeitos, alguns já anunciados nas linhas acima
talvez se possam afirmar que a par de toda a democratização informacional
promovida pela Internet, por outro lado vivemos uma espécie de insulamento
tecnológico.
Ou seja, cada vez
mais as pessoas vivem uma espécie de isolamento tecnológico. Talvez estejamos
diante do paradoxo das condições técnicas de plena comunicação virtual, ao
mesmo tempo que experimentamos uma profunda solidão. Indivíduos passam horas
ensimesmados diante de seus computadores conectados a Internet navegando em
páginas, blogs, redes sociais, lendo e-mails... Talvez se possa afirmar que
conectar-se a rede mundial de computadores confere aos indivíduos a
percepção/sensação de estar integrado ao mundo, de acompanhar as mudanças que
estão ocorrendo, de manter-se diuturnamente "atualizado" aos fatos,
aos acontecimentos que ocorrem.
Autores falam na
constituição de ágoras virtuais, espaços públicos virtuais apartir dos quais os
cidadãos/indivíduos mantêm-se informados e vigilantes em torno de questões de
interesse privado e público. Porém, talvez o que se constata é a instalação nas
sociedades individualizadas contemporâneas da necessidade do consumo cotidiano,
efêmero, irreflexivo e, quantitativo de informações. Assim, estamos diante de
mais um paradoxo advindo da sociedade planetária interconectada e on-line
diuturnamente e de forma ininterrupta, presente na dificuldade de estabelecer
as fronteiras, os limites, entre informação e conhecimento.
A distinção entre
informação e conhecimento não se apresenta como um mero preciosismo
intelectual, mas exige que nos defrontemos com o rigor que o conhecimento exige
para sua apreensão. Assim, talvez se partirmos do pressuposto de que estamos
inseridos numa sociedade global de plena produção e de pleno consumo, a
informação também se apresenta como uma mercadoria à ser acessada, comprada,
consumida e descartada cotidianamente. Desta forma, pode-se reconhecer algumas
características que conformam o produto da informação no atual contexto
societário:
a) Produto
diariamente produzido e veiculado instantaneamente à milhões de consumidores
mundo afora.
b) Produto produzido
com prazo de validade instantâneo, ou de duração máximo de alguns dias.
c) Por decorrência da
condição acima anunciada, produto caracterizado pela efemeridade, para consumo
imediato.
d) Produto desprovido
de investimento de tempo em sua análise e/ou interpretação.
e) Produto de ordem
quantitativa em detrimento de aspectos qualitativos.
f) Produto
desenvolvido com linguagem específica, marcada pela simplicidade e objetividade
do estilo. Comunicando de forma atraente o a fato, o acontecimento.
g) Produto que
valoriza e potencializa a forma necessária a sua assimilação e consumo
instantâneo.
h) Produto cuja forma
explora aspectos apelativos do acontecimento em questão, sobrevalorizando
detalhes, as vezes grotescos violentos, senão trágicos.
i) Produto que pela
sua facilidade de consumo instantâneo infunde no consumidor o desejo e a
necessidade de mais informações.
j) Produto
distribuído com a falaciosa promessa de "conhecimento da realidade",
ou de redução da realidade as formas informativas em questão.
k) Produto que
abastece a opinião pública apressada em seus juízos de valor sobre fatos e
acontecimentos individuais e societários.
l) Produto que
transmite aos indivíduos a ideia de que o conhecimento pode ser comprado,
consumido, senão renovado diariamente.
m) Produto que
difunde a ideia de que o conhecimento tem que ser prático, aplicável,
utilitário e pragmático na resolução das questões do dia-a-dia e, que pesquisa
e formas de conhecimento que não tenham estas prerrogativas seriam inúteis.
Estamos num mundo
marcado pela intensa e ininterrupta produção de informações. Basta entrar numa
banca de jornais e revistas e imediatamente nos depararemos com centenas de
títulos e manchetes. Se por um lado reconhecemos que toda esta fartura de
informações diariamente disponível aos leitores tem seu custo cognitivo. Por
outro sentido, não podemos desconsiderar que a profusão de informações
cotidianas é o resultado de uma sociedade globalizada, mundializada e,
sobretudo complexificada em seu conjunto de relações e exigências.
A intensa circulação
de informações em meios especializados potencializa descobertas científicas,
inovações tecnológicas que incidem sobre a produção e a distribuição dos bens e
serviços produzidos pela sociedade contemporânea. Nesta direção, é lucido
considerar que a circulação de informações entre cientistas e pesquisadores
contribui de forma significativa para avanços nos mais diversos campos do
conhecimento humano. Na mesma perspectiva, no mundo empresarial e, sob a égide
da economia financeira, dispor de informações, sejam elas de ordem jurídica,
política, social, cultural, climática tornou-se imprescindível para a tomada de
decisões sobre produtividade e, rentabilidade de investimentos.Sob tais
pressupostos, convém relacionar o processo ensino aprendizagem às novas
tecnologias.
Esta relação é
indispensável nos tempos hodiernos, pois é constante o contato dos discentes
com tais formas de interação social, ou seja, a visão de mundo da maioria dos
alunos é determinada pelas tecnologias que estão à sua disposição. Desta forma,
parece ser indispensável o acesso dos estudantes a estas tecnologias na relação
ensino aprendizagem. O texto de Emerson Evandro Martins Moraes faz uma análise
da escola do século XXI e relaciona esta com as redes sociais e o processo
educacional. Segue o artigo científico completo para reflexão, pois fundamenta
a discussão que se pretende estabelecer neste curso, sendo um texto de
referência para tal de um autor especialista na área.
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