terça-feira, 17 de abril de 2018


“O MAL ESTAR DA MODERNIDADE E A EDUCAÇÃO”



Constantemente, nos deparamos com pessoas que manifestam suas angústias e perplexidades frente aos tempos atuais em frases do gênero: "algo esta errado no mundo", "esta tudo errado", "é o fim do mundo",. Tais afirmações demonstram os seres humanos neste inicio  século XXI, vivem um profundo mal estar, um sentimento de abandono, de que a vida perdeu o sentido, de perda de valores.
Evidentemente não é pretensão deste curso, esgotar este tema, muito menos afirmar verdades inquestionáveis, até porque o momento histórico em que vivemos é marcado pela transitoriedade, pelas incertezas, e nada mais sensato que exercitar o pensamento  a partir destes pressupostos, da constante mudança e transformação do mundo, do fenômeno humano. Nesta direção, o curso tem o intuito de contribuir com idéias e reflexões, para fomentar o debate, a discussão em torno deste período de transição em que vivemos.
Assim, este curso  esta dividido em duas partes.
Na primeira parte, apresentam-se argumentos que procuram demonstrar que o  processo histórico que a humanidade vive atualmente é marcado por um profundo mal estar, em todos os níveis da organização social, atingindo instituições, valores e crenças.
A modernidade traz consigo a possibilidade da libertação do homem das estruturas medievais, do teocentrismo, da visão de mundo fundamentada em conhecimentos inquestionáveis, repleto de verdades absolutas, de pré-determinações, onde cabia ao homem a resignação, a aceitação de um conhecimento de fé inquestionável. Na medida em que a modernidade vai rompendo com os grilhões teocêntricos e, afirmando o antropocentrismo me suas pretensões de conhecimento do "mundo" a partir da razão, descortina-se a afirmação da racionalidade científica moderna, que irá construir os fundamentos, e conferir sustentação ao mundo como o conhecemos. O homem sente-se senhor e sujeito da própria história, observa um horizonte sem limites para sua imaginação. A razão aliada a ciência poderiam dar conta deste mundo. Todas estas transformações consolidadas num novo modo-de-produção, o capitalismo, com promessas  "liberdade e igualdade" de condições para "todos" no plano discursivo.
Passados alguns séculos e, no limiar da virada do milênio está caminhada histórica nos permite olhar para trás e estabelecer algumas considerações. Entre elas é possível dizer que se por um lado a modernidade emerge como possibilidade de libertação do homem, por outro traz consigo contradições. O homem volta a ser aprisionado, refém de sua própria racionalidade científica. O conhecimento fundamentado nas sólidas bases da ciência, na exaustiva experiência e fragmentação do objeto, torna-se fraturado, desprovido de uma visão global do mesmo.
O ser humano passa a perceber e a relacionar-se com o mundo como se fosse uma máquina, exaurindo seus recursos de forma irracional, a ponto de ameaçar a continuidade da vida no planeta e consequentemente a sua. O homem que na posse deste conhecimento domina, explora e aliena outros homens, decide pela sua vida e pela sua morte.
Enfim, a racionalidade científica moderna construiu um mundo onde a vida em as suas diversas formas de manifestação tornou-se  descartável. Neste contexto, ciência e tecnologia fazem parte daquilo que podemos chamar de "racionalidade instrumental".  Sem negar os benefícios, as comodidades proporcionadas pela ciência constatam-se apesar do discurso do "mito da neutralidade", que este conhecimento científico está a serviço de interesses particulares, de nações, da dominação e da exploração e, principalmente da morte.
Atingimos um alto grau de racionalidade instrumental, através da construção artefatos bélicos, nucleares que permitem a aniquilação em massa, colocando a vida dos seres humanos e do planeta a mercê de interesses particularizados. Neste contexto, a natureza é submetida a uma exploração sem precedentes, vê-se esgotada em suas forças, anunciando a proximidade de catástrofes e, anunciando a inviabilidade da continuidade da vida no planeta.
Na segunda parte deste curso, procura-se demonstrar possibilidades de contribuição da educação escolar no entendimento, e na superação das contradições que estão no cerne da crise da racionalidade científica moderna.
É fundamental que a educação escolar formal possa dar sua contribuição de forma significativa na construção de uma sociedade diferente, pautada em princípios e valores éticos, que defendam a vida acima de quaisquer interesses econômicos, de manutenção de poder. Este é o desafio no contexto de mundo que vivemos nos dias de hoje. Assumir esta postura exigirá cada vez mais uma opção política definida e comprometida com o pensar o mundo a partir de outras possibilidades, diferentes daquelas idéias e proposta que ditam as normas de manutenção das estruturas de injustiça, de morte.
Neste processo de repensar o mundo, a educação escolar é desafiada a rever suas bases epistemológicas cartesianas, mecanicistas e deterministas, e proporcionar espaços de construção de conhecimentos que abarquem seus objetos de estudo. Contextualizar o conhecimento, oportunizando aos educandos desenvolver a percepção que o equilíbrio do mundo, da natureza e do próprio ser humano estão intimamente vinculados, que a continuidade da vida humana no planeta passa pela preservação da vida na biosfera.
Portanto, a proposta deste curso é refletir uma educação escolar que vivencie os valores da democracia, do respeito e da liberdade de existência do diferente, onde as diversas formas de ver, conhecer e posicionar-se no mundo possam contribuir igualitariamente na construção de um mundo melhor.


Objetivo geral do curso:

Compreender aspectos do mal-estar contemporâneo advindo da hegemonia da racionalidade instrumental modernas e sua ascensão nas concepções de educação formal.

 Objetivos específicos

     a) Colocar em discussão o tribunal da razão e da técnica na modernidade;

     b) Discutir os desdobramentos da racionalização instrumental no âmbito da 
         educação escolar;

c)   Promover o debate com as jovens gerações em torno das mais diversas 
     formas de conceber o mundo e o humano.

Para fazer sua inscrição acesse:

www.institutoveritas.net
ou 
www.invictoead.com
e-mail:institutoveritas@institutoveritas.net
Fone: 47-3383-0440




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