“O MAL ESTAR DA MODERNIDADE E A EDUCAÇÃO”
Constantemente, nos
deparamos com pessoas que manifestam suas angústias e perplexidades frente aos
tempos atuais em frases do gênero: "algo esta errado no mundo",
"esta tudo errado", "é o fim do mundo",. Tais afirmações demonstram
os seres humanos neste inicio século XXI,
vivem um profundo mal estar, um sentimento de abandono, de que a vida perdeu o
sentido, de perda de valores.
Evidentemente não é
pretensão deste curso, esgotar este tema, muito menos afirmar verdades
inquestionáveis, até porque o momento histórico em que vivemos é marcado pela
transitoriedade, pelas incertezas, e nada mais sensato que exercitar o
pensamento a partir destes pressupostos,
da constante mudança e transformação do mundo, do fenômeno humano. Nesta
direção, o curso tem o intuito de contribuir com idéias e reflexões, para
fomentar o debate, a discussão em torno deste período de transição em que
vivemos.
Assim, este curso esta dividido em
duas partes.
Na primeira parte, apresentam-se
argumentos que procuram demonstrar que o processo histórico que a humanidade vive
atualmente é marcado por um profundo mal estar, em todos os níveis da
organização social, atingindo instituições, valores e crenças.
A modernidade traz
consigo a possibilidade da libertação do homem das estruturas medievais, do
teocentrismo, da visão de mundo fundamentada em conhecimentos inquestionáveis,
repleto de verdades absolutas, de pré-determinações, onde cabia ao homem a
resignação, a aceitação de um conhecimento de fé inquestionável. Na medida em
que a modernidade vai rompendo com os grilhões teocêntricos e, afirmando o
antropocentrismo me suas pretensões de conhecimento do "mundo" a
partir da razão, descortina-se a afirmação da racionalidade científica moderna,
que irá construir os fundamentos, e conferir sustentação ao mundo como o conhecemos.
O homem sente-se senhor e sujeito da própria história, observa um horizonte sem
limites para sua imaginação. A razão aliada a ciência poderiam dar conta deste
mundo. Todas estas transformações consolidadas num novo modo-de-produção, o
capitalismo, com promessas "liberdade e igualdade" de condições
para "todos" no plano discursivo.
Passados alguns
séculos e, no limiar da virada do milênio está caminhada histórica nos permite
olhar para trás e estabelecer algumas considerações. Entre elas é possível
dizer que se por um lado a modernidade emerge como possibilidade de libertação
do homem, por outro traz consigo contradições. O homem volta a ser aprisionado,
refém de sua própria racionalidade científica. O conhecimento fundamentado nas
sólidas bases da ciência, na exaustiva experiência e fragmentação do objeto,
torna-se fraturado, desprovido de uma visão global do mesmo.
O ser humano passa
a perceber e a relacionar-se com o mundo como se fosse uma máquina, exaurindo
seus recursos de forma irracional, a ponto de ameaçar a continuidade da vida no
planeta e consequentemente a sua. O homem que na posse deste conhecimento
domina, explora e aliena outros homens, decide pela sua vida e pela sua morte.
Enfim, a
racionalidade científica moderna construiu um mundo onde a vida em as suas diversas
formas de manifestação tornou-se descartável.
Neste contexto, ciência e tecnologia fazem parte daquilo que podemos chamar de "racionalidade
instrumental". Sem negar os
benefícios, as comodidades proporcionadas pela ciência constatam-se apesar do
discurso do "mito da neutralidade", que este conhecimento científico
está a serviço de interesses particulares, de nações, da dominação e da
exploração e, principalmente da morte.
Atingimos um alto
grau de racionalidade instrumental, através da construção artefatos bélicos,
nucleares que permitem a aniquilação em massa, colocando a vida dos seres
humanos e do planeta a mercê de interesses particularizados. Neste contexto, a natureza
é submetida a uma exploração sem precedentes, vê-se esgotada em suas forças,
anunciando a proximidade de catástrofes e, anunciando a inviabilidade da
continuidade da vida no planeta.
Na segunda parte
deste curso, procura-se demonstrar possibilidades de contribuição da educação
escolar no entendimento, e na superação das contradições que estão no cerne da
crise da racionalidade científica moderna.
É fundamental que a
educação escolar formal possa dar sua contribuição de forma significativa na construção
de uma sociedade diferente, pautada em princípios e valores éticos, que
defendam a vida acima de quaisquer interesses econômicos, de manutenção de
poder. Este é o desafio no contexto de mundo que vivemos nos dias de hoje.
Assumir esta postura exigirá cada vez mais uma opção política definida e
comprometida com o pensar o mundo a partir de outras possibilidades, diferentes
daquelas idéias e proposta que ditam as normas de manutenção das estruturas de
injustiça, de morte.
Neste processo de
repensar o mundo, a educação escolar é desafiada a rever suas bases
epistemológicas cartesianas, mecanicistas e deterministas, e proporcionar
espaços de construção de conhecimentos que abarquem seus objetos de estudo.
Contextualizar o conhecimento, oportunizando aos educandos desenvolver a
percepção que o equilíbrio do mundo, da natureza e do próprio ser humano estão
intimamente vinculados, que a continuidade da vida humana no planeta passa pela
preservação da vida na biosfera.
Portanto, a
proposta deste curso é refletir uma educação escolar que vivencie os valores da
democracia, do respeito e da liberdade de existência do diferente, onde as
diversas formas de ver, conhecer e posicionar-se no mundo possam contribuir
igualitariamente na construção de um mundo melhor.
Objetivo geral do
curso:
Compreender aspectos do mal-estar contemporâneo
advindo da hegemonia da racionalidade instrumental modernas e sua ascensão nas
concepções de educação formal.
a) Colocar em discussão o tribunal da razão e da técnica na modernidade;
b) Discutir os desdobramentos da racionalização instrumental no âmbito da
educação escolar;
c)
Promover o debate com as jovens gerações em torno
das mais diversas
formas de conceber o mundo e o humano.
Para fazer sua inscrição acesse:
www.institutoveritas.net
ou
www.invictoead.com
e-mail:institutoveritas@institutoveritas.net
Fone: 47-3383-0440
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