ESTUDO PREVÊ QUE PEC 241
VAI RETIRAR R$ 24 BILHÕES POR ANO DA EDUCAÇÃO
Cerca de R$ 24 bilhões poderão deixar de ser investidos por ano em
educação, a partir da vigência da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
241/2016, de acordo com a Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira
(Conof) da Câmara dos Deputados. A estimativa, a qual a Agência Brasil teve
acesso, está em fase final de elaboração na Casa.
O número – R$ 24 bilhões – considera
os orçamentos destinados à Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (MDE) e ao
Ministério da Educação (MEC). Atualmente, a União deve investir pelo menos 18%
dos impostos em educação. Com a PEC, essa obrigatoriedade cai e o mínimo que
deve ser investido passa a ser, a partir de 2018, o valor do ano anterior
corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Os R$ 24 bilhões correspondem à
diferença do mínimo constitucional para 2017, de 18% dos impostos arrecadados
pela União, fixados pelo Projeto de Lei Orçamentária, e as aplicações totais
previstas, observadas as regras impostas pela PEC 241/2016. Em 2017, a previsão
é que o governo invista além do limite constitucional. De acordo com os
cálculos da consultoria, cerca de R$ 24 bilhões representam o investimento
extra, que fica descoberto com as regras da PEC. Esse investimento a mais não é
obrigatório para a União e seguirá sendo opcional com a aprovação da PEC.
Com a PEC 241/2016, o investimento
total “vai depender de governo a governo, que poderá investir mais do que o
mínimo”, explica o consultor Cláudio Riyudi Tanno, responsável pela elaboração
de estudo técnico que analisa os impactos do novo regime fiscal constante na
PEC nas políticas educacionais.
Embora educação e saúde tenham sido
liberadas de um teto específico, há um teto global de gastos do governo e é
esse teto que preocupa as entidades do setor. Tanno avalia que esse teto fará
com que as despesas obrigatórias acabem tomando grande espaço e, com isso, os
novos investimentos fiquem de lado.
“Tem a possibilidade de aumentar [o
investimento em educação], mas no cenário de compressão de despesas é difícil
imaginar o crescimento em educação, que terá que ser em detrimento de outras
áreas”, afirmou.
Segundo Tanno, os R$ 24 bilhões
descobertos calculados a partir do Projeto de Lei Orçamentária Anual são uma
referência para os próximos 20 anos porque 2017 é a base para a correção das
despesas em educação.
Procurado para responder a respeito
do tema, o ministro da Educação, Mendonça Filho, que apóia a redução dos
investimentos em educação, diz, por meio de nota, que o estudo da Câmara parte
de pressupostos equivocados, porque leva em consideração a manutenção do quadro
econômico atual, “que é muito ruim, mas poderá ficar ainda pior se não houver
equilíbrio das contas públicas”. (Agência Brasil; edição Carta Campinas).
Fonte:
http://cartacampinas.com.br/2016/10/estudo-preve-que-pec-241-vai-retirar-r-24-bilhoes-por-ano-da-educacao/

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